"Helena", publicado em 1876, é uma das obras mais intrigantes de Machado de Assis, marcada por seu estilo psicológico e por uma narrativa que explora as complexidades da condição humana. O romance gira em torno da história de Helena, uma jovem órfã que se vê presa em um triângulo amoroso envolvendo o seu pai adotivo, o dr. Evaristo, e seu amante, o poeta e aristocrata, Lemos. A trama é permeada por uma crítica social sutil, refletindo as disparidades e os dilemas morais da elite brasileira do século XIX. Machado utiliza uma prosa rica e reflexiva, empregando técnicas de narrador não confiável, que desafiam o leitor a questionar a veracidade das relações e das aparências. Machado de Assis, um dos maiores nomes da literatura brasileira, foi um defensor do realismo e da introspecção psicológica em suas obras. Nascido em 1839 em um contexto de transição social e política no Brasil, sua experiência como filho de imigrantes e seu acesso à educação o tornaram um observador astuto das nuances da sociedade brasileira. O próprio autor enfrentou desafios pessoais, como problemas de saúde que o marcaram, e sua literatura frequentemente faz eco a tais angústias existenciais, o que pode ser visto claramente em "Helena". Recomendo a leitura de "Helena" a todos que buscam uma profundidade emocional e intelectual em suas leituras. A obra não só proporciona uma narrativa envolvente, mas também uma reflexão crítica sobre a identidade e as relações humanas, tornando-se uma leitura essencial para aqueles que desejam compreender os dilemas sociais e psicológicos da época de Machado de Assis.