O livro se propõe a analisar o modo como a heterogeneidade opera na produção romanesca de Patrick Deville. Em sua prática textual, esse romancista contemporâneo organiza a cena da escrita na forma de um jogo intergenérico e intertextual, misturando materiais de todos os tipos. A absorção de todos esses recursos, aos quais se somam os empréstimos científicos, o hibridismo linguístico e uma gestão anárquica do espaço textual, criam uma nova forma de escrita cujos contornos permanecem vagos e indecidíveis. O desafio de tal prática de informe ou abertura é minar as normas das grandes narrativas fundadoras e abrir os romances para liberar potencialidades insuspeitadas.