Este livro focaliza o discurso médico relacionado à higiene da infância, presente em teses defendidas na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro no período do segundo reinado, e reflete sobre as principais preocupações, intervenções e representações sociais voltadas para esse tema. Para tanto, dedicou-se à análise de 16 teses, desenvolvidas no formato dissertativo, que tinham o intuito de conferir o título de médico aos alunos dessa faculdade, oriundos de diferentes regiões do Brasil. O cruzamento dessas fontes foi fundamental para uma melhor compreensão do discurso médico do século XIX, com todas as suas "certezas" e contradições. Percebeu-se neste estudo que os cuidados da infância compreendiam um longo período, desde a gravidez, puberdade, até a fase escolar, seguindo prescrições médicas que se imiscuíam tanto nos hábitos das crianças e da família, quanto no comportamento destes, especialmente nos da figura materna. Este livro mostra como o discurso médico conformado pelo pensamento higienista pretendia, com relação à higiene da infância, disciplinar e educar a sociedade, intervindo nos seus hábitos e comportamentos, julgando torná-los saudáveis, morais e higiênicos.
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