A Mata Atlântica nordestina é o lar de diversas espécies raras, ameaçadas e endêmicas da fauna e da flora brasileira. Ainda assim, esse ecossistema sofre com uma intensa devastação das suas florestas. Suas características ecológicas a tornam a mais ameaçada e desmatada das ecorregiões do bioma Mata Atlântica. A análise histórica da formação territorial dessa ecorregião demonstra a evolução da paisagem natural desde o período pré-cabralino até o século XXI. Esta pesquisa contribui para corroborar que a devastação da Mata Atlântica não é uma herança colonial ou do Império, mas resulta de eventos modernos, ligados à industrialização agrícola do século XX. Com isso, a Mata Atlântica nordestina se compõe atualmente por florestas regeneradas e outros pequenos remanescentes florestais protegidos, na maior parte, por proprietários particulares. A disposição e a proteção dos remanescentes florestais da Mata Atlântica nordestina não é fruto exclusivo de fatores geográficos nem de políticaspúblicas, mas de iniciativas particulares, por motivos idiossincráticos fundamentados em variadas alegações da ética ambiental.