A tese explora discursos, comemorações e monumentos que fazem parte da construção da história nacional de Moçambique, bem como alguns conflitos mais recentes nesta área. Refletindo sobre os dados recolhidos através de entrevistas semi-estruturadas com informantes-chaves e membros de partidos políticos, e observações etnográficas feitas durante dois anos (2014 e 2016) na cidade da Beira,- uma área em conflito e experimentando mudanças políticas -, a pesquisa revela que as novas elites políticas que ascenderam ao poder a partir das eleições autárquicas de 2013, estão tentando controlar e disputar narrativas. Em relação ao conflito armado entre a FRELIMO e a RENAMO (1976-1992), há aqui a tentativa de tornar uma segunda versão da história como oficial e hegemônica, através da renomeação de uma praça e construção de um monumento em homenagem ao primeiro Comandante da RENAMO, André Matsangaíssa, e também através da oficialização da Praça da Paz. No que tange a guerra entre a FRELIMO e o Governo português (1964-1974), a comemoração do ¿Dia dos Heróis¿ revela que o MDM desafia a narrativa hegemônica patrocinada pelo Estado.