No século XVIII, surgiu um grupo social distinto em Pernambuco. O emprego do termo homem de negócio e seu uso recorrente ao longo do mesmo século identificam o processo de formação de uma identidade atribuída e autoatribuída ao novo grupo. O fenômeno determinou tanto transformações na organização social quanto redefinições na hierarquia mercantil, cujas fronteiras se tornaram mais rígidas e delimitadas. Assim como, no mesmo momento, apresentavam-se modificações na paisagem formada pelos poderes locais com a criação de instituições nas quais se percebe a presença marcante ou a composição exclusiva de homens de negócio. Através da análise dos arranjos e rearranjos possibilitados pela presença de homens de negócio nas câmaras de Olinda e do Recife, Mesa de Inspeção e Companhia Geral de Pernambuco e Paraíba, propõe-se um novo olhar sobre as configurações dos poderes locais em Pernambuco.