A Península Ibérica foi palco no qual atuaram diversas culturas, desde a Antiguidade e durante a Idade Média esse processo foi ganhando fôlego. No ano de 711 os muçulmanos vão incrementar esse caldeirão, no qual conviviam cristãos arianos e judeus provenientes da diáspora romana, iniciando-se assim a construção do ser ibérico que até hoje se faz presente. Esse trabalho trata desse intrincado jogo de culturas, os problemas gerados pela convivência e a exclusão de diferentes ideários. Homens e mulheres têm sua vida norteada por costumes e leis registrados nos forais municipais e, a partir do século XI, com a construção do reino de Castela, judeus, muçulmanos e cristãos intensificaram ainda mais esse intrincado processo ao terem suas vidas reguladas sob a lei e a ponta da espada. Nesse sentido, as relações de gênero são uma chave de compreensão dos desdobramentos que viriam compor a mentalidade ibérica e seu devir histórico-cultural.