Como povo indígena do arquipélago da Caledónia, os Kanak estão intimamente ligados à terra que ocupam, e isto torna-se o principal apoio para a identidade e história do grupo. A organização social, o ritmo de vida, bem como as representações indígenas são, na sua maioria, o resultado desta reciprocidade. Após a colonização, a sociedade Kanak sofreu numerosas convulsões, tanto em termos socioculturais e políticos como em termos religiosos. No entanto, é possível constatar que muitas das características da tradição foram preservadas, valorizadas e mesmo actualizadas ao longo do tempo. Face ao desenvolvimento, o povo Kanak está a apropriar-se dos instrumentos da modernidade e a tentar fazer-se ouvir, ao mesmo tempo que afirma a sua identidade, a sua cultura e o seu desejo de lidar com os vários actores. O trabalho analisa as interacções entre nativos e não nativos em torno do território e dos seus recursos na comuna de Yaté, no sul da Nova Caledónia, e insiste nas expectativas do povo Kanak em relação às questões levantadas tanto pela presença de grupos de actores e interesses na região como pela dificuldade de conciliar a conservação e o desenvolvimento do território.