Esta reflexão baseia-se no desejo de desconstruir aquilo a que chamaremos o imperialismo da instituição educacional em Marrocos, que se baseia numa combinação de imperativos de "identidade" e "soberania" e dos chamados princípios de abertura. Os primeiros estabelecem os quadros éticos e políticos, e têm sido resoluta e progressivamente alinhados, desde a independência até aos nossos dias, com o discurso normativo da moralidade religiosa e dos constrangimentos sociais. Os últimos são destilados pela interferência francesa, que persiste devido à hegemonia económica da sua língua. As políticas da Francofonia levadas a cabo pelos serviços de cooperação educativa da Embaixada de França estão fortemente envolvidas nas orientações pedagógicas, em todos os níveis escolares e universitários. Eles defendem, de forma muito oficial, aquilo a que chamaremos um populismo neoliberal transnacional cujos efeitos em todos os sistemas educativos dos países anteriormente colonizados são catastróficos.