Na nossa sociedade, a ficção tende a impregnar o espírito de cada indivíduo. Paralelamente à lógica político-econômica de organização, existe um processo rico em acasos, baseado em paixões, encontros, embates, destruições. Isso permite que na banalidade da vida cotidiana encontremos o fora do comum, o fantástico, e mesmo que o indivíduo esteja desempenhando um papel que lhe foi atribuído, ou que esteja condicionado, existe a brecha para transformar esse acontecimento. Sem dúvida, uma grande forma de acentuar esse caráter da vida cotidiana é o cinema, onde o fantástico é apreendido e encenado. Por isso, utilizei minha trajetória audiovisual nos últimos anos, começando com o curta-documentário "Café no Bule", passando pelo longa-documentário "Luz, Câmera, Pichação" e culminando no piloto "Se essa rua fosse minha". Com as parcerias certas, fui vê-los e ouví-los, gerando uma trama do real-ficcional do cotidiano, representada pelos truques e da magia do enquadramento de uma câmera.