O trabalho infantil se apresenta na metrópole em sua dilacerante existência de perverso mecanismo de inclusão que encobre a vontade e o sonho de uma população que almeja uma vida melhor. Fugindo das prescrições que as agências internacionais e o "senso comum" estabelecido fixam condenando "tout court" o trabalho infantil, este estudo busca explorar as ambivalências e contradições que cercam esse fenômeno. Atenta para a história dos processos que marcaram a exploração da força de trabalho desse segmento etário bem como a emergência de movimentos e correntes que resgatam o valor da participação social de crianças e jovens. Lança assim o desafio de entender criticamente os caminhos que marcaram tanto o trabalho infantil pesado e degradante quanto as tentativas de re-conceituação dele à luz dos processos que situam a atividade laborativa de jovens e de crianças como parte da construção de situações emancipatórias. Trata-se de uma tentativa de discutir virtualidades e contradições desses fenômenos despida de pré-conceitos. Afinal, tais processos estão presentes nas mais diversas sociedades desafiando o que e o como entender sua aparente justa e evidente condenação.