Numa sociedade de consumo excessivo, a gestão dos resíduos sólidos representa um enorme desafio. Ao crescimento acelerado do consumo, somam-se a "obsolescência programada" e a "descartabilidade" dos produtos, que são despejados no entorno das cidades. Produzidos para elevar o padrão de vida e conforto, logo passam a revelar a insustentabilidade do modelo. A busca do crescimento econômico por meio da degradação da natureza para a extração de matérias-primas e descarte de resíduos recicláveis e reaproveitáveis provocou o comprometimento do meio ambiente e ao mesmo tempo não se mostrou capaz de incluir a todos, produzindo um enorme contingente de excluídos - os subcidadãos. Pela ação dessa massa de subcidadãos, dessa "ralé", popularizou-se uma forma de ocupação abaixo das condições dignas de trabalho, a catação de materiais recicláveis. A ação de atores sociais e políticos sensibilizados com os problemas ambientais urbanos e com as condições de vida e de trabalho dos catadores, possibilitou a introdução de mudanças nas gestões. A inclusão socioprodutiva de catadores através da coleta seletiva e da formação de cooperativas é uma importante alteração na gestão dos resíduos sólidos.