A renovação de uma escola ao serviço do desenvolvimento, promovida pela reforma curricular do ensino básico no Senegal, não acontecerá sem a renovação e aperfeiçoamento necessários para o ensino da didáctica das ciências. Através de uma abordagem antroposicionista, este artigo analisa a situação do ensino das ciências na escola primária, que é a base do sistema educativo senegalês, e as implicações daí resultantes para o ensino secundário médio e para além dele. Com base na experiência de campo, mostra assim que a desafeição dos campos científicos nos níveis superiores é consequência de uma iniciação deficiente em ciência e tecnologia marcada, na escola primária, pelo uso de abordagens educacionais inadequadas.