A crise é uma evidência, a crítica é um imperativo e a mudança de paradigma uma exigência. Recai sobre todos nós a obrigação moral de estar atentos às chocantes injustiças que afetam milhões de pessoas, nossos irmãos e titulares dos mesmos direitos humanos que nós. É a obrigação de oposição a um modelo de desenvolvimento que faz aumentar, a cada dia, as desigualdades que destroem a humanidade e o maravilhoso planeta que temporariamente habitamos. Toda a mudança deve incidir, prioritariamente, sobre o que podemos mudar. É a revolução interior e individual que se apresenta como prioritária. Se começarmos por agir sobre nós próprios, tornando-nos melhores, livres das paixões negativas, como desejo de dominar, ganância, consumismo, inveja, ciúme, orgulho, intolerância, medos, dogmatismos, então, a nossa intervenção na comunidade será genuína, autêntica e não hipócrita. É preciso contribuir para a formação das fundações de uma ética global de um "estado civil democrático mundial" por oposição a um "estado militar imperialista e hegemónico mundial".