Os povos indígenas passam por um processo de enaltecimento de suas culturas no sentido de preservar tradições, e uma maneira de fazer tal ação é reforçar suas línguas. O contato com uma língua não indígena trás consequências para tal processo, ainda mais quando isto se faz por necessidade de adequação a uma cultura que a circunda, mas tem poucos elementos em comum com a mesma. O povo Kaingang, localizado no norte do Estado do Paraná vive uma situação peculiar. Eles habitam a terra indígena do Apucaraninha e as crianças até os sete anos de idade são totalmente monolíngues. Nessa faixa etária, as crianças passam a cursar a escola local e tem aulas de Língua Portuguesa para auxiliá-los a conviver futuramente com a a cultura não-indígena. As aulas das demais disciplinas do Ensino Fundamental I são minstradas em kaingang. Nesse sentido, pouco contato existe entre essas crianças e a língua portugesa para um aprendizado de imersão em outra língua, que é o que acontece com essas criançasa partir dos 11 anos de idade, fase em que as mesmas passam a frequentar a escola não-índia, na cidade de Leroville, que dista em torno de 25 km da aldeia.