Esta obra apresenta um estudo sobre interjeições em viés funcionalista através de uma análise comparativa dos usos linguísticos de expressões de assombro e de estranheza do português paulistano em relação ao português macaense. A decisão teórico-metodológica ampara-se na Linguística Centrada no Uso, na linha cognitivo-funcional, estudada por meio das obras de Heine, Claudi e Hünnemeyer (1991), Gonçalves, Lima-Hernandes e Casseb-Galvão (2007), dentre outros autores. Este campo teórico tem como âmago a preocupação em lidar com dados que preservem os contextos de produção de uso. Distinguir entre expressões de assombro e de estranheza não é uma tarefa fácil nem em dicionários e nem em gramáticas. É até mesmo impossível, atualmente, afirmar com certeza tal distinção pela ausência de investigação mais a fundo da pragmática e dos processamentos mentais envolvidos em conjunto com as produções linguísticas. O objetivo geral do livro é o de introduzir uma nova pesquisa sobre interjeições ao verificar se existem diferenças nos usos de expressões interjetivas entre as duas variedades investigadas, indagando a questão da marginalidade dessa classe de palavras entre gramáticos e linguistas.