Neste trabalho, tem-se como objetivos investigar as formas que a criança se vale para se autorreferir e para referir ao outro de sua alocução. Para o linguista Émile Benveniste, o uso dos índices de pessoa no discurso são reveladores da subjetividade e intersubjetividade na linguagem. É preciso observar que cada vez que alguém emprega o eu faz remissão a um ser único, referente à pessoa que enuncia a instância do discurso na qual esse eu está inserido. Aqui reside o conflito experienciado pela criança no processo de aquisição da linguagem, pois eu e tu são formas móveis que mudam de referência a cada ato de enunciação.