Durante muitos anos, as organizações criminosas competiram em engenho na conceção de esquemas cada vez mais complexos para dissimular o produto das suas actividades ilícitas. Perante a dimensão das redes assim criadas, e receando que estas pudessem conduzir ao estabelecimento de um verdadeiro contra-poder, decidiu-se que era necessária uma cooperação internacional. Foi neste contexto que assistimos ao aparecimento de organismos supranacionais especializados na luta contra o branqueamento de capitais e, mais recentemente, contra o financiamento do terrorismo, que permitiram a elaboração de diversas normas internacionais após um trabalho colossal. Qual foi o processo que conduziu à criação deste tipo de luta? Com que meios foi estabelecido? E, finalmente, como é que esta luta é efetivamente aplicada? Estas são apenas algumas das questões que serão abordadas ao longo deste estudo, com vista a obter uma visão mais abrangente dos desafios actuais no combate ao branqueamento de capitais, e uma compreensão mais clara das implicações quotidianas para os profissionais que a ele estão sujeitos.