Em 2050, quase 70% da população mundial poderá viver em áreas urbanas. A urbanização é uma realidade multidimensional que envolve grandes mudanças na forma como as pessoas trabalham e vivem, e oferece oportunidades sem precedentes para melhorar seus níveis de alfabetização, estado de saúde e expectativa de vida, melhorar sua sustentabilidade ambiental e fazer um uso mais eficiente dos recursos naturais cada vez mais escassos. No entanto, este fenómeno não resulta necessariamente numa distribuição equitativa de serviços e bem-estar, aumentando assim a pobreza urbana em relação à pobreza rural. Especialmente nos países em desenvolvimento do Sul da Ásia, mulheres, crianças, minorias étnicas e migrantes que vivem em bairros desfavorecidos e favelas enfrentam desafios socioculturais, econômicos, ambientais e políticos que limitam seu acesso aos cuidados de saúde. Então como a urbanização afeta a saúde nos países em desenvolvimento? O que pode justificar a necessidade de uma abordagem humanitária adaptada aos contextos urbanos para as intervenções da RMNCH, particularmente no Sul da Ásia? Este trabalho pretende ser um diagnóstico inicial do ambiente urbano do Sul da Ásia para entender como a urbanização afeta a RMNCH nas cidades de Dhaka e Yangon.