A Administração Pública moçambicana é o resultado da administração colonial, dos contributos da administração tradicional, herdeira de ricas tradições imperiais dos séculos XVI e XIX, muito anteriores à ocupação colonial e de que são continuadoras as denominadas Autoridades Tradicionais. Também não podemos esquecer o contributo da experiência do Estado Socialista, centralista e planificado, mas que ajudou a construir uma nação do Rovuma ao Maputo e do Zumbo ao Índico. O resultado é uma Administração Pública em construção que, pese embora a influência ocidental e o ajustamento estrutural imposto pelas instituições financeiras internacionais, é uma Administração de tipo prismático de que fala Riggs e que se distingue, quer da administração tradicional, quer do modelo ocidental. Pensamos dar um contributo para a análise da Administração Pública de Moçambique. Em boa verdade, este trabalho corresponde a uma obrigação assumida a quando da concessão da bolsa de doutoramento em Ciências de Administração pelo Programa do Centro UNESCO - ¿Ciência Global¿ que impõe que o estudo se reflicta no país de origem. Para além da tese de doutoramento este será um dos vários contributos.