Esse estudo é fruto de caso inspirado na etnografia familiar sobre a permanência e subsistência, por meio da memória e manejo desenvolvidos pelo e no contexto da agricultura familiar da Comunidade Negra Quilombola de São Miguel, localizada no município de Maracaju - MS. Foi tomado como categoria de análise o desenvolvimento da comunidade no ano de estudo de 2015 com visitas a identificar quais ações estabelecidas pela gestão municipal eram direcionadas para a zona rural em questão. A pesquisa envolveu diferentes métodos de coleta de dados, tais como entrevistas não estruturadas, observação participante, registros fotográficos, participação nas festividades e como ouvinte em reuniões entre a Comunidade e o Poder Público. Sendo assim, restou evidenciado que as questões que contribuíam para a permanência ou não no território transpunham as ações pontuais promovidas e desenvolvidas pela gestão públicas, direcionadas, exclusivamente, para agricultura familiar. Os resultados da pesquisa apontam que há uma forte organização social entrelaçada pela memória, tradição particular e desenvolvida pela Comunidade que se perpetua pelas gerações e desejo de visibilidade social.