O livro analisa o discurso jornalístico sobre a reforma psiquiátrica em um dos maiores manicômios do Brasil, o Hospital Psiquiátrico São Pedro (RS). Estudamos a cobertura do assunto no principal jornal gaúcho, Zero Hora. Focamos o ano de 1992, quando o estado do Rio Grande do Sul se tornou pioneiro no Brasil ao aprovar a primeira lei antimanicomial, propondo o fim dos manicômios. A loucura, além de ser um fenômeno psíquico, é uma problemática cultural e discursiva. O conceito de loucura nasceu no século XIX e entrou em crise com a reforma psiquiátrica iniciada na Itália nos anos 60 do século XX. O jornalismo, como construtor da realidade, intermedeia os campos sociais e coloca em circulação sentidos que instituem valores e práticas. Esta obra faz uma abordagem histórica sobre a loucura e analisa o jornal Zero Hora como um campo de embates entre os campos sociais e a emergência de um novo discurso sobre a doença mental. As fontes jornalísticas, representativas das várias esferas sociais, são decisivas para legitimar o discurso veiculado e mostram quem é quem nesse jogo de forças.