Aus einem praktischen Grund habe ich mich an die Übersetzung meiner eigenen Gedichte gewagt: um neben den portugiesischsprachigen auch deutschsprachige Leser_innen zu erreichen. Direkt auf Deutsch zu schreiben würde bedeuten, dass ich ins Portugiesische übersetzen müsste, um die portugiesischsprachigen Leser_innen zu erreichen. Ein Merkmal der heutigen Zeit, die von Globalisierung und Internet gekennzeichnet ist: man bewegt sich in verschiedenen Ländern und Sprachen. Deshalb muss ich mich oft in der anderen Sprache wiederholen, sei es Deutsch oder Portu¬giesisch. Ich würde sagen, ich formuliere mich in einer anderen Sprache ständig neu. Und das ist nicht so einfach, wie es scheinen mag, denn Worte können uns täuschen und in einer Fremdsprache um so mehr! Aber es ist ein Trost zu wissen, dass, wenn Sprache uns täuscht, wir wiederum auch die Sprache täuschen können. Als ich mich der Aufgabe widmete, mich selbst zu übersetzen, stieß ich auf Gedichte, die für mich unübersetzbar sind oder zumindest im Deutschen nicht gut klingen würden oder deren Wortspiele mir keine annähernd und ästhetisch akzeptable Übersetzung erlauben würden. Und manchmal hat das Unübersetzbare nicht mit den Worten zu tun, sondern mit der Botschaft und den Metaphern, d.h. ich glaube, es hat auch mit der unterschiedlichen Interpretationsweise zu tun, die jeder Kultur eigen sind. Aber das ist ein umfangreiches Thema, das hier keinen Platz hat. Aventurei-me a traduzir os meus próprios poemas por uma razão prática: atingir os leitores de língua alemã, além do português. Escrever diretamente em alemão significaria reverter para o português para assim atingir os leitores do meu país natal. Uma peculiaridade do mundo atual, que se caracteriza pela globalização e pela internet: as pessoas se movi¬mentam em diferentes países e idiomas. Então, muitas vezes me vejo obrigada a me repetir no outro idioma, seja alemão ou português. Posso dizer que vivo me redizendo em outro idioma. E isso não é simplesquanto possa parecer, as palavras enganam, e se enganam no nosso idioma materno, quem dera no segundo idioma! Mas é um consolo saber que, se as palavras nos enganam, também nós podemos enganar as palavras. Ao me dedicar a esta façanha de me traduzir, deparei-me com poemas que para mim são intraduzíveis, ou pelo menos, não soariam bem em alemão ou cujos jogos de palavras não me permitiriam uma tradução aproximada e esteticamente aceitável. E, às vezes, o intraduzível não tem a ver com as palavras, mas com a mensagem e as metáforas, ou seja, acredito que também tenha a ver com a diferente forma de interpretação inerente a cada cultura. Mas este é um vasto tema que não cabe aqui.