Há algo de errado quando o Estado, em nome da justiça social e económica, da solidariedade comunitária ou cooperação social, intervém na atividade económica e na sociedade, através de políticas e de impostos, para redistribuir recursos e atingir uma alegada igualdade à custa do sacrifício de outros cidadãos. É profundamente imoral que esses cidadãos patrocinem com o seu suor uma compensação monetária a pessoas que, considerando as políticas redistributivas e todo o aparelho estatal de bem-estar social, auferem um rendimento superior, sem que para tal tenham dedicado um esforço proporcional. A maioria dos novos pensadores liberais progressistas consideram esta imoralidade um percalço no caminho da libertação e renovação social, uma aresta da ¿justiça social¿ que não obscurece o objetivo primordial. A ¿justiça social¿ não é encarada como uma igualdade perante a lei ou uma reivindicação de iguais direitos de cidadania tal como formulados no iluminismo. É apenas um instrumento nas mãos dos liberais progressistas para retificar a ordem social, porque a distribuição injusta de riqueza no mundo não se deve à natureza humana, mas à impiedade e usurpação de uma classe dominante amoral.
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