O que fazer com o lixo é crucial no século XXI, afinal, ninguém quer lixo no "seu quintal". Assim, diversas tecnologias de disposição final e tratamento são desenvolvidas para equacionar tal problema ou, ao menos, diminui-lo. No Brasil, os aterros sanitários foram incentivados pela Lei 12.305/10, e tornaram-se a forma ambientalmente adequada para a disposição final de resíduos sólidos urbanos. Nesse livro a autora estuda um caso em que o município central de uma região metropolitana decide colocar oito mil toneladas de lixo no território periférico de outro município. Um grande acordo entre empresa e governos vai colocar tais decisões políticas no centro de um conflito socioambiental, que foi estudado através das mudanças legislativas, ações judiciais e audiências públicas, além da observância dos principais impactos do empreendimento no seu entorno. A autora procura explicar a relação entre os municípios num viés jurídico, ambiental e urbanístico, enquadrando o caso como forma típica de atuação de governos empreendedores que, ao remodelarem seus territórios, produzem injustiças ambientais.