Há em um texto escrito, além, obviamente, de palavras, a presença de várias marcas gráficas. Contudo, em todo sistema de escrita, a palavra sempre foi a unidade mais privilegiada, por representar o menor enunciado, sendo a maior preocupação o caráter ortográfico, não contemplando, com isso, as marcas gráficas que trazem traços prosódicos ao texto escrito. O linguista Luiz Carlos Cagliari investigou o papel dessas marcas gráficas no texto escrito, indo além da palavra. Segundo o autor, o uso de recursos gráficos como letra maiúscula, uso de negrito, itálico, sinais de pontuação; além de indicações da atitude do falante, referências ao modo de dizer, entre outros recursos presentes no texto, permitem ao leitor caracterizar a fala das personagens, recuperando elementos da natureza prosódica como o ritmo, volume, qualidade de voz, entre outros traços típicos da fala. O autor caracteriza essas marcas como marcadores prosódicos. Por meio de textos literários, este livro exporá os marcadores prosódicos presentes na literatura brasileira, do romantismo ao modernismo,destacando um autor de cada tendência e sua respectiva obra.