O presente livro investiga como práticas de ensino de aritmética se manifestam explicitamente na obra ficcional A Aritmética da Emília, do escritor brasileiro Monteiro Lobato (1882 - 1948), e a que astros de outras práticas culturais o referido livro pode arremeter, com base no contexto de ensino de matemática compreendido entre 1920 e 1940. Para tanto, nossa opção de análise segue a intertextualidade entre alguns documentos da época. Temos por referenciais Guinzburg, Chartier e Burke. Concluímos que A Aritmética da Emília reúne em si todas as contradições filosóficas e pedagógicas daquela época, confrontando a tradição didática do ensino conservador com o movimento renovador da Escola Nova, oscilando o caráter inovador de sua proposta pedagógica e recaindo nas práticas professorais de sua contemporaneidade.