Os meningiomas, bem conhecidos desde a monografia de Cushing, são tumores extra-parenquimatosos, geralmente benignos, que se desenvolvem à custa das células aracnóides. Apesar do seu potencial de evolução local e da sua cinética de crescimento lento, podem assumir certos aspectos de malignidade que continuam a colocar problemas difíceis ou mesmo insolúveis ao neurocirurgião. De facto, certas localizações e certos aspectos da sua evolução (meningiomas recorrentes, múltiplos ou malignos) representam por vezes um verdadeiro desafio e colocam problemas terapêuticos difíceis, com maior morbilidade e mortalidade. Os meningiomas são frequentes, representando 15-20% de todos os tumores cerebrais primários no adulto. São duas vezes mais frequentes nas mulheres do que nos homens e aumentam na segunda metade da vida, atingindo o seu pico na quinta década. Não existe uma apresentação clínica inequívoca, podendo ser descrita uma gama completa de sintomas neurológicos intracranianos, dependendo sobretudo do tamanho e da localização do tumor.