Podemos caracterizar diferentes tipos de mobilizações da sociedade em prol da natureza em cada momento da história, desde representações mais filosóficas até decisões voltadas para políticas públicas. Entretanto, a atual discussão sobre os problemas ocasionados aos ecossistemas tem se configurado também em novas formas de atuação que envolvem o campo econômico. Os diferentes mercados passam a ser incluídos como espaços de possibilidades de proteção ambiental, o que provoca mudanças perceptíveis, pela adoção da noção que vem sendo denominada como ¿desenvolvimento sustentável¿ e pela criação de tentativas para descarbonizar as atividades produtivas (neutralização do CO2). Mas esta nova forma de preservação ambiental só vem sendo possível e legitimada a partir da participação de movimentos ambientalistas, o que causa estranheza, já que tradicionalmente esses movimentos buscaram distanciamento da lógica do mercado. A partir de uma abordagem etnográfica do pensamento moderno, que trata da emergência e das possibilidades de um novo tipo de desenvolvimento, o livro visa apresentar o debate em torno das ideais do pensamento voltado para sustentabilidade.