Em um recorte ao mesmo tempo diminuto e variado, abrangendo quinze clássicos autores de diferentes épocas e estilos - levando em conta a lista de Harold Bloom (2003) -, o professor empreende uma série de leituras pretendendo demonstrar a vasta presença, através dos tempos, da mitologia greco-romana e da tradição judaico-cristã na Literatura. Partindo das assertivas de Carl Gustav Jung (2000) e Mircea Eliade (1989), a jornada - para a qual os ditames de Joseph Campbell (1990, 1997) e Northrop Frye (1973, 2004) são imprescindíveis - não começa sem que uma belíssima apresentação dos conceitos supratemporais utilizados seja delineada e uma boa discussão acerca de mito e ideologia seja conduzida. Com o intuito de ilustrar a perspectiva e provocar o leitor com os temas concomitantemente paralelos e circulares visitados pelas páginas de grandes obras literárias, o autor consegue ser preciso em seu propósito, buscando em Thomas Bulfinch (2002) a cosmogonia, as lendas e histórias que desde há muito povoam nosso imaginário e permeiam nosso fazer literário. O resultado é um livro de leitura fácil e prazerosa que serve, acima de tudo, como um convite para maior apreço da temática trabalhada.