O homicídio é a forma mais grave de violência, sendo uma questão de alta prioridade na saúde e segurança pública, implicando em uma análise dos seus determinantes. Analisar as características epidemiológicas e os fatores associados à dinâmica espacial do risco de ocorrência de homicídios intencionais foi o objetivo dessa obra. Caracterizou-se o perfil dos estudos de homicídios no Brasil, descreveu-se o perfil das vítimas e os padrões espaciais de ocorrência, e por fim, construiu-se um modelo espacial de risco. Observou-se que as publicações sobre homicídios se encontra em fase de ascensão. A maioria dos homicídios foi entre homens jovens, com uso da arma de fogo, à noite, nos fins de semana e na via pública. O padrão espacial foi heterogêneo onde áreas de maiores incidências adensaram-se na periferia. Os fatores associados foram: densidade demográfica, proporção de alfabetizados e proporção de população de baixa renda. O modelo de risco mostrou que o efeito das variáveis associadas deslocou o risco para a periferia. O estudo contribui para o planejamento das políticas de prevenção social da violência, visando o princípio da equidade, focando ações em áreas mais vulneráveis.