Este trabalho, inspirado em orientações da etnografia, é produto de uma pesquisa-ação desenvolvida no âmbito da sala de aula e se voltou para aprofundar uma compreensão das práticas de letramento de estudantes ingressantes em um curso de Direito de uma faculdade privada de Belo Horizonte. É um estudo que traz em sua base o propósito não só de compreender as inquietações e queixas desses estudantes acerca do escrever e ler na esfera acadêmica, mas também intervir em suas práticas de letramento com vistas a repensá-las no sentido de promover uma experiência crítica e dialógica com a escrita e a leitura. Nessa empreitada, alinhando-se a uma abordagem sócio histórica e discursiva da leitura e da escrita, a linguagem é vista como um fenômeno humano complexo, marcadamente dialógico, fundador das relações intersubjetivas. Com esse olhar, tomando a leitura como uma atividade dialógica, pautada no trabalho da contra palavra, as práticas de letramentos são concebidas, aqui, como espaços detrocas entre sujeitos, de produção de sentido e de construção e transformação de identidades.