A partir de dezembro de 1860, dois personagens tornaram-se familiares da imprensa fluminense: o Moleque e o Dr. Semana. Nas edições da Semana Ilustrada, o cenário urbano da corte era transformado numa sátira geral, no qual o jovem escravo alfabetizado e seu senhor branco circulavam pelas ruas, denunciavam as condições precárias dos serviços públicos, abordavam os rumos da política imperial e conferiam as apresentações nos teatros e clubes fluminenses. Nessas andanças do esperto menino de libré e seu "ioiô" de cabeça avantajada, os tipos urbanos, como mendigos, ratoneiros, pretos tigres, leões do norte e "sinhás" namoradeiras estavam sujeitos a virarem alvos das crônicas e gravuras chistosas. Tendo em conta a longevidade da revista, que atravessou diversas conjunturas do Segundo Reinado, a Semana Ilustrada apresenta-se como um heterogêneo mapa citadino, no qual civilização, escravidão, moralidade e derrisão se entrelaçam.