Como uma trilha sonora ¿incide¿ sobre as articulações temporais observáveis na movimentação corporal? Como haveria que abordar as relações de complementariedade/complexidade entre música e dança para que os critérios de encenação encontrem a sua melhor adequação? Partindo destes interrogantes, a presente dissertação convida ao leitor a mergulhar na trama de um texto ampliado que mistura a própria escrita com a postagem de vídeos de coreografias, faixas de áudio, composições do autor (especialmente, a obra "DESFASES: trilha sonora para o balé Engenho/BTCA, 2009") com o fim de mapear as múltiplas produções artísticas ligadas ao gênero da Música Incidental, levando a atenção para o caso específico da música composta para as encenações de dança contemporânea. Para abordar esta ordem de questões, o plano da escrita circunscreve um conjunto de aspectos composicionais que adquirem particular relevância no planejamento da edição de trilhas sonoras, advertindo que em toda concepção de obra há implicada uma poética do sonoro e do kinético: a configuração de um ¿Objeto Sonoro-Kinéticö operando como nexo articulador entre ambas cadeias linguísticas.