O livro apresenta os resultados da pesquisa realizada com mulheres, irmãs, esposas e mães de homens presos nas penitenciárias da cidade de Charqueadas no Rio Grande do Sul, Brasil. O estudo tem como pano de fundo os estereótipos sobre as mulheres de presos e as relações familiares inseridas no contexto prisional. Tomando como ponto de partida a ideia de que tais mulheres sofrem diferentes tipos de estigmatização face aos laços familiares mantidos com seus parentes presos, busca-se compreender como a experiência da prisão é por elas vivenciada e de que modo lidam com o estigma que as associa com o mundo do crime. Pelas experiências narradas pelas mulheres, percebe-se que os homens não são julgados simplesmente pelos atos cometidos, mas são levadas em consideração suas trajetórias anteriores, bem como as circunstâncias do crime. O enfrentamento das dificuldades e o empenho das mulheres em manter o vínculo com o familiar preso estão assentados no fato de que ele não é percebido comocriminoso nato, mas, antes, como um homem membro de sua família.