A ONU está a encalhar. Manifesta uma ineficácia e uma ineficiência fenomenais. Reformá-la é uma tarefa prioritária, mas por onde começar? É muito provável que o subsequente ¿projeto de reformä siga o destino dos anteriores. A questão resume-se à irrelevância dos princípios fundadores da organização e não a uma má gestão. Por conseguinte, reformar a ONU deve ser equivalente a rever os seus princípios básicos. Revisitar os seus fundamentos levaria a um confronto entre as premissas da segurança colectiva e a política baseada nos interesses e no poder, normalmente conhecida como realpolitik. O resultado de um tal confronto não seria consolador para a ordem de segurança colectiva. Esta última pode revelar-se bastante nocional quando rejeitada pelo mundo factual dos ferozes conflitos de interesses entre Estados. Poderá a ascendência do realismo na política causar o desaparecimento do próprio conceito de segurança colectiva? Certamente que sim. Se assim for, não será a ONU redundante num ambiente internacional que procura o equilíbrio de poderes?