Trata-se de um estudo sobre a questão ambiental, que busca descrever sua emergência como dispositivo de poder, um mecanismo de horizonte planetário, que se impõe em múltiplos domínios da vida social, como visibilidade e dizibilidade operando um regime de verdade que faz ver e dizer a insuficiência, descompromisso, danosidade de nossas relações com a natureza. Constituindo-nos como poluidores, predadores, destruidores, que põem em risco a própria vida da espécie e do Planeta. Reverbera a imagem de uma natureza ameaçada, frágil, doente, em perigo. Constituído como intervenção pedagógica busca conduzir nossas relações com a natureza e reverter aquilo que é exaustivamente disseminado como eminente ¿ a destruição da Terra. O dispositivo da natureza incide sobre cada um e sobre todos e faz de cada indivíduo o responsável pela ameaça que paira sobre o mundo. O movimento ecológico, de crítica ao capitalismo, nascido no início dos anos de 1960 foi, a partir de meados dos anos de 1970, sendo obliterado pela ascensão do ambientalismo como mecanismo de poder que desloca o foco da crítica do modelo civilizacional capitalista para cada um e todos.