O livro tem como objetivo apreender a emergência do lugar à luz do universo vivido dos moradores das vilas e becos do bairro do Arruda, Zona Norte da cidade do Recife. De formato geralmente uniforme e sem saída, compostos de até vinte casas quase sempre geminadas, as vilas e os becos foram analisados em suas relações com o bairro (aqui entendido como um lócus de construção das relações interpessoais) e a inserção deste no processo histórico de formação da cidade. Este percurso permitiu descortinar os vestígios de uma vida de bairro, que, não obstante, aos novos modos de vida da metrópole, ainda fazem parte do cotidiano da sua população. É a conversa entre vizinhos e o jogo de cartas ou dominó na calçada, o encontro na padaria no final da tarde ou na feira livre, a festa do padroeiro, de São João, a folia de momo... Assim, identificar estes aspectos, e, ainda pensá-los no contexto do Arruda, certamente foi um dos pontos mais satisfatórios do livro. Esta preservada nas palavras, ideias e aspirações de um jovem estudante de geografia buliçoso com seu objeto de pesquisa.