Neste trabalho são analisadas as trajetórias escolares de nove alunos negros que, entre os anos de 1935 e 1964, ingressaram na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e concluíram o curso médico. Investe-se na contraposição à "invisibilidade" dos negros na historiografia da educação brasileira, que tem desconsiderado a presença e a experiência de estudantes negros em instituições escolares e acadêmicas ao longo do século XX. A Faculdade de Medicina e Cirurgia de São Paulo, criada em 1913, representou para a elite econômica local um marco na modernização da cidade de São Paulo, sendo o seu diploma um documento significativo de "sucesso escolar" e profissional, que representava um grau elevado de "distinção" social aos seus possuidores. Mediante análise de prontuários, investigam-se as trajetórias escolares desses alunos a fim de verificar por quais percursos e com que dificuldades tiveram acesso à Faculdade de Medicina. É considerado como fator histórico relevante na análise, o aumento das oportunidades de acesso ao nível secundário e superior ocorrida no período, o que alterou sua composição social.
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