Recebi como presente do meu pai, no Natal de 1957, uma máscara para mergulho, um par de pés de pato e um snorkel. Quando a maré baixava, ia inúmeras vezes pescar lagosta nas pedras. Levávamos sacos vazios de farinha, capazes de suportar cerca de 50 kg, para armazenar as lagostas que pescávamos. Na verdade, não se tratava de pesca, era uma caçada, além de ser uma covardia. As lagostas não esboçavam a mínima reação. A minha tarefa era visualizar a lagosta por cima das pedras e fisgá-la com um arpão. Uma espécie de príncipe da Inglaterra com seus súditos! Certa vez, cheguei a caçar, com a minha equipe, 156 lagostas. Posso, pois, me considerar o Caçador de Lagostas, autor deste livro de memórias tão especiais para mim.
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