Desde que o Romance surgiu, entre os gêneros da tragédia e da comédia, entre a novela e o conto, como o drama de um personagem entre personagens, objetos e tempo. A literatura sintetizou conceitos e fundiu elementos, como objeto e sujeito - na concepção de ensaio do Nouveau Roman - transformando o personagem num ente vagando pelas histórias na tentativa de modificá-las. O cinema captou esta transformação, discutindo suas origens no formato mais próximo do que seria o romance - o longa metragem de ficção. Ns anos 50 do século XX, o romance contemporâneo e suas experiências ficcionais foram a plataforma para uma obra nascida entre as duas áreas - literatura e cinema -, de um drama passional, um típico triângulo amoroso, quase um clichê, extendendo-se de suas formas originais (a cena e os personagens do filme) para outras formas possíveis (estátuas na cena, o teatro na abertura e encerramento, a figura do jogo presente em cada encenação). O Cine-Romance em Marienbad é um estudo desta experiência, como se originou e como foi dirigida, a ponto de criar uma obra síntese da contemporaneidade, do indivíduo preso em sua história, sua própria condição de existência.