Este trabalho estudou a reforma empreendida pela Universidade de São Paulo nos anos 1968 e 1969, no contexto da ditadura militar, mapeando os projetos em disputa dentro do Conselho Universitário da USP, órgão encarregado de fazer a reforma e adaptá-la às diretrizes definidas pelo governo federal. Foi possível identificar as forças políticas e as dinâmicas internas ao Conselho, dividido entre representantes das faculdades tradicionais e representantes das faculdades científicas. Além dessas divisões, puderam ser identificados grupos mais defensores da autonomia universitária e mais próximos ao regime militar. De tais embates sobressai uma estrutura arquitetada pelo regime para executar a ¿reforma controladä, articulando governo federal e estadual, órgãos como o Conselho Estadual de Educação, além de um vasto arcabouço legislativo e da colaboração direta dos membros do Conselho. Registrou-se o protagonismo de conselheiros raramente mencionados em estudos sobre o tema, e cujos nomes, falas e votos foram trazidos à luz neste trabalho. Este estudo pretendeu contribuir para a ampliação do conhecimento sobre os debates e os acontecimentos que marcaram a reforma universitária na USP.