A Dança de certa forma sempre me acompanhou, em diferentes vertentes da minha trajetória de vida. Eu era um dos muitos que via o corpo por meio do dualismo - admirável/ridículo, primoroso/não primoroso, competente/deficiente. Desde muito novo sempre gostei de esportes, praticando e competindo em várias modalidades. Em virtude destas experiências, acreditava que o corpo perfeito era um corpo forte, virtuoso e apto a desenvolver qualquer exercício. Quando entrei na Licenciatura em Dança, em um primeiro momento, essa ideia foi reafirmada no meu ponto de vista ao ver companhias profissionais de Dança como a Quasar, Grupo Corpo, Companhia de Dança Siameses, Pablo Rutemberg, Balé Teatro Castro Alves, entre tantas outras companhias, que mesmo trazendo uma proposta contemporânea de Dança, ainda não contemplavam corpos diversos. Sendo assim, busco construir um trabalho cênico, através de uma proposta contemporânea de Dança, que possa efetivamente enfatizar à Dança para todos/ Dança para qualquer Corpo/ Corpo para qualquer Dança. Esse resultado artístico tem escopo em uma pesquisa teórica - apresentada em forma deste livro - acerca do Corpo na Dança, o Corpo-Divergente em estado de criação.