A comunicação é feita de fluxos que vão bordando um tecido de muitas tramas, sem nos permitir uma previsão do final. A cada movimento há uma (re)criação, (re)construção e (re)produção de novos sentidos. A análise do discurso da sustentabilidade entre a mineradora Samarco e a comunidade de Antonio Pereira, foco deste estudo, deixa isso muito claro. Há uma enorme fenda entre o significado emitido pela empresa e a interpretação por parte da comunidade. A empresa foi escolhida por ter na sua missão a sustentabilidade como maior valor e por ter uma reputação social forte e respeitada. E o que dizer diante do maior desastre ambiental do Brasil protagonizado pela Samarco em 2015? A lama levou vidas, histórias, matas, florestas, contaminou as águas, e levou junto a sua reputação esvaziando seu discurso da sustentabilidade. Porém, a questão central que se faz presente aqui é o movimento comunicacional que se dá pelas diferenças, pelas recriações e interpretações a todo momento. Nos mostrando que apesar das assimetrias de poder há uma liberdade construtiva na comunicação.