O objetivo deste trabalho é analisar a função retórica desempenhada pelos jingles eleitorais, tendo como horizonte de análise a ação social que esse gênero executa. Nesse sentido, entende-se o jingle como um gênero que emerge de um processo de hibridismo, relacionando-se a dois outros gêneros: a canção e o anúncio publicitário/propagandístico. Ademais, os jingles constituem-se a partir do diálogo inerente entre duas materialidades: verbal e musical (COSTA, 2003). O arcabouço teórico desta pesquisa fundamenta-se na perspectiva da sociossemiótica da linguagem (HALLIDAY, 1984), nas reflexões sobre intergenericidade preconizadas por Marcuschi (2002) e no posicionamento teórico de Miller (1984). A metodologia aqui proposta insere-se no viés da pesquisa qualitativa. São analisados dois jingles retirados de páginas on-line, cuja visualização e reprodução é disponibilizada ao público. As análises sugerem que a escolha apreciativa de determinadas construções discursivas articulada a certas estruturas musicais é manipulada estrategicamente nos jingles, visando a execução da função social pretendida por seus compositores e intérpretes.