O imaginário da Carta de Caminha ainda encontra ressonância nas divulgações turísticas na Costa do Descobrimento. Estabelece-se aqui a relação entre a Carta e o marketing turístico que circulam em folders, guias turísticos, revistas, fotografias, CD-Rom, etc. O imaginário da Carta diz da mentalidade dos portugueses sobre o que viam e ouviam na terra e nos nativos gerando visões romantizadas e eufóricas ou depreciativas e disfóricas. Analisam-se as imagens sobre os costumes exóticos, a estética, o lúdico, o outro e a natureza paradisíaca presentes na Carta e nas representações do Brasil ressignificadas pelo marketing turístico (paraíso, beleza das gentes, exotismo, erotismo, folguedos dos nativos). A utilização desse imaginário pelo turismo promete que os visitantes vão vivenciarem as mesmas experiências paradisíacas, sentindo o mesmo ócio edênico decantado por Caminha. As propagandas turísticas promovem uma falsa visão exótica dos habitantes a da região. Um turismo coerente e sustentável passa por repensar essas imagens, valorizar e preservar as culturas passadas e presentes e as vivências com ações que minimizem os impactos sobre os grupos e espaços locais.