O trabalho analisa a infraestrutura brasileira, com destaque para os impactos da poupança externa, representada pelo investimento direto estrangeiro (IDE), a evolução dos investimentos domésticos, públicos e privados, e o ambiente regulatório e institucional dos anos 2000. A hipótese é que o desenvolvimento da infraestrutura brasileira, por sua característica de monopólio natural, requer um Estado indutor e regulador do crescimento econômico de longo prazo. A justificativa é que os investimentos públicos, principalmente, do Plano de Metas e o II PND, ampliaram os investimentos privados nacionais e estrangeiros em infraestrutura até os anos 1970. Em contraposição, a carência de infraestrutura, em virtude da ausência estatal e da reestruturação produtiva dos anos 1980 e 1990 representou uma oportunidade para o início de um novo ciclo de investimentos em infraestrutura iniciado nos anos 2000, impulsionados pela consolidação dos fundamentos macroeconômicos do Plano Real e pela implementação do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC). Contudo, ainda há um ambiente desfavorável aos investimentos privados no país.