O estudo da arte poética abre as portas da mente e do coração. Diante disso, o poeta dilui as fronteiras do desconhecido, do macabro, do misterioso, do fantasmagórico, do monstruoso e do horripilante, construindo poemas em que a diferença é apresentada não como um castigo, mas como uma dádiva. A poética de Ferraz pulsa por meio da metaforização do imagético, do sonoro, do gestual, do visual, do olfativo e do tátil em busca da construção dinâmica de versos concisos, mesmo quando submetidos à sintaxe de um poema mais longo. Por ser a voz da transgressão, do choque e do contrachoque, da harmonia e da tensão, da união e da desunião, da ausência e da presença, da proximidade e da distância, do contraste e da semelhança, da associação e do pensamento analógico, a poesia abarca a diversidade. O poeta não separa a parte material da imaterial, o sentir do pensar, o real da fantasia, mas condensa todos os sentidos por meio do amalgamamento da experiência do concreto e do abstrato.