O desacontecimento, a desconstrução, a desidentidade. A busca do significado contido nas palavras, nos gestos, no silêncio, nas histórias. Das pessoas e do cotidiano. De um jornalismo que age e que defende uma causa: a de subverter os conceitos de centro e periferia, empreendendo uma narrativa sobre a extraordinária vida comum. Diante da possibilidade de um novo fazer noticioso, esta obra analisa as produções jornalísticas de Eliane Brum e se propõe a definir uma nova prática, fundamentada na apropriação de fatos não-marcados e da palavra-princípio Eu e Tu, necessária para a realização do diálogo dos afetos. Ao caracterizar o Jornalismo de Desacontecimentos, identifica as divergências entre o jornalismo de Brum e os registros da mídia convencional, orientada pela partilha de saberes específicos e de uma cultura noticiosa comum entre a tribo jornalística.