Paul Ricoeur (1913-2005) levou uma vida dedicada à discussão de problemas filosóficos, teológicos, sociológicos, científicos, entre outros. Em meio a várias discussões interessantes, atraem e fascinam a forma com que Ricoeur aborda a questão do mal, ou o conceito do mal, e também a relevância e a atualidade desta problemática. O filósofo procura em toda a sua complexidade, ainda que os tenha em seu programa, deixar de lado os elementos especificamente atinentes às crenças e às religiões. A propósito disso, este estudo tem por objetivo propiciar mais especificamente a reflexão acerca de um conceito, a saber, o conceito de mal sofrido em Paul Ricoeur. Este, na perspectiva ricoeuriana, não possui agente causador, na medida em que o sofrimento nos interpela, nos atingindo indiscriminadamente. Neste sentido, sugere-se que as formulações acerca do mal são sempre insatisfatórias e, por isso, é preciso resgatar o fundamento do mal mediante uma ética que reflita a partir do instituído.